A suspensão, de forma
arbitrária, da folha complementar
anunciada pelo governo para o dia 13 de setembro (para dar início ao pagamento de mais de R4 48 milhões
de dívida aos professores e funcionários), causou indignação nos profissionais
da educação pública da rede estadual do Paraná. A dívida é composta por valores
relativos à implementação do Piso Salarial Profissional Nacional (PSPN) do
magistério, ao pagamento de promoções e progressões de carreira (que se
acumulam há mais de um ano, tanto para professores e funcionários de escolas).
O não pagamento destes
passivos fere frontalmente diversas leis. Se o governo alega que não pode
desrespeitar uma legislação específica (a LRF), em contraponto desrespeita uma
lei federal: a do Piso Salarial Profissional Nacional (Lei nº 11.738/2008); bem
como a Lei Complementar 158/2013 (que garantiu o 0,6% de reajuste ao magistério
em virtude do PSPN) e as leis estaduais que normatizam o Plano de Carreira dos professores
(Lei Complementar nº 103/2004) e dos funcionários das escolas públicas (Lei
Complementar nº 123/2008 e Lei Complementar nº 156/2013).
Negociação
30 de agosto - Além do desrespeito à legislação, o governo
do Paraná descumpriu frontalmente o acordo realizado com a categoria durante as
manifestações realizadas pelos educadores no último dia 30 de agosto, quando
mais de 10 mil professores e funcionários marcharam pelas ruas de Curitiba em
direção ao Palácio Iguaçu. Ainda no dia 30, o governo anunciou para a categoria
e para toda a imprensa o início do pagamento da dívida em uma folha
complementar para o dia 13 de setembro.
Estranhamente, no primeiro
dia útil após o anúncio, o próprio governo publica uma Resolução suspendendo
todos os pagamentos de pendências salariais ao funcionalismo público. Queremos
saber o que fez o governo mudar sua posição do dia para a noite! O
governador, ao autorizar a negociação com a categoria, não sabia do quadro
financeiro do Estado? Se sabia, o governo agiu não só com desrespeito, mas também
com má-fé.
Ações
da categoria e mobilização - Diante deste quadro, a
direção da APP-Sindicato convoca, para o próximo dia 28 de setembro, uma
Assembleia Estadual Extraordinária para definir com o conjunto da categoria
ações de pressão e de cobrança ao governador Beto Richa. As possibilidades de
início de greve e acampamento em frente ao Palácio não estão descartas.
Ademais, amanhã, a partir
das 14h, a APP estará panfletando na Assembleia Legislativa. O objetivo é
sensibilizar os deputados e deputadas para a pauta da categoria e, em especial,
alertar sobre o desrespeito do Estado a uma série de leis aprovadas pelos
mesmos e que beneficiavam os trabalhadores e trabalhadoras da Educação. A pauta
também será levada ao Tribunal de Contas do Paraná.
Campanha
de recepção (decepção) ao governador – Já nesta semana, a
categoria inicia uma campanha de recepção ao governador em todas as regiões do
Paraná. Nas solenidades que o governador Beto Richa comparecer, ele será
recepcionado por grupos de educadores que cobrarão o pagamento do que o governo
deve para a categoria e a educação do Paraná. No próximo dia 24, por ocasião da
realização da Conferência Estadual de Educação (Conae), em Curitiba,
professores e funcionários realizarão um ato público contra o calote do
governo.
Comissionados
–
Ademais, enquanto nega o pagamento aos educadores e educadoras, o governo do
Paraná aumentou, de acordo com levantamento feito pela bancada de oposição na Assembleia
Legislativa do Paraná (Alep), em 91% os gastos com cargos em comissão. Segundo
a oposição, o governo de Beto Richa elevou, em dois anos, os gastos com
comissionados em R$ 8,4 milhões por mês, saltando de R$ 9,2 milhões para R$
17,6 milhões. Foram criados, no período, 343 novos cargos, mas todos com alta
remuneração. O salário médio dos comissionados saltou de R$ 2,3 mil para R$ 4,1
mil. Na época, a oposição alertou que o aumento dos gastos levou o governo a
ultrapassar os limites estabelecidos pela LRF, atrapalhando a liberação de
empréstimos para o Estado.
Direção
Estadual da APP-Sindicato
Curitiba, 16 de setembro de 2013
Curitiba, 16 de setembro de 2013
Fonte: APP Sindicato
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