Professores e funcionários da rede estadual de ensino entram em greve
nesta quarta-feira (23) e o sindicato que representa a categoria espera
uma adesão de 70% dos profissionais já no primeiro dia da paralisação.
De acordo com a APP-Sindicato, a greve atingirá as 2.149 escolas
estaduais, 72 mil professores e 23 mil funcionários. Os educadores
reivindicam, entre outros, os 33% de hora-atividade; a implantação do
Piso Nacional para o professor; e o reajuste no mesmo índice do Piso
Regional (7,34%) para os funcionários das escolas.
De acordo com a presidente da APP-Sindicato, Marlei Fernandes, os
comandos de greve já estão organizados em todas as regiões do Paraná e
cartas de aviso aos pais avisando sobre a paralisação já foram enviadas.
“Nossos motivos já estão mais do que explicados, já estamos aguardando
uma resposta do governo do estado em relação as nossas reivindicações a
muito tempo. Temos mais de R$ 10 milhões em atraso nos pagamentos dos
profissionais da educação e não temos nenhum sinal de solução”, disse.
Segundo Marlei, essas questões não resolvidas causam um impacto muito
negativo no dia a dia de trabalho dos professores. “Você pode pensar
numa merendeira, por exemplo, que recebe menos que o piso regional da
iniciativa privada ou no professor de português, que precisa corrigir
400 redações em um dia sem um espaço dentro da carga horária ou em
alguém que fica doente e tem o salário cortado, é claro que isso não é
nada satisfatório”, comentou.
No mesmo dia que inicia a greve, a categoria organiza um acampamento
em frente ao Palácio Iguaçu que será mais uma forma de pressionar o
governador a atender as principais reivindicações da greve.
Em nota, o governo do estado negou o não cumprimento dos acordos com a
categoria. Sobre a hora-atividade, a Secretaria da Educação espera
regularizar a situação no próximo ano letivo, quando os novos
professores que estão terminando o atual concurso tenham assumido suas
funções. Sobre o salário, o governo oferece o previsto na data-base é de
6,06 %. Já o sindicato pede 10%.
Sobre o pagamento de promoções, o governo afirma que no primeiro ano
dessa gestão, foram quitadas as progressões e promoções de professores e
funcionários que deixaram de ser pagas em 2009 e 2010. Foram R$ 14
milhões que beneficiaram 2,7 mil funcionários e 23 mil professores.
Adicionalmente, foi quitado o débito de R$ 58 milhões referentes à
rescisão e previdência de 32.517 professores e trabalhadores contratados
pelo Processo de Seleção Simplificado (PSS), que estavam com salário
atrasado desde a gestão anterior.
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