quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Policia Militar do PR corta alimentação no refeitório

Agentes da Polícia Militar (PM) lotados no Quartel do Comando Geral da corporação estão, há seis meses, sem poder se alimentar no refeitório da unidade. A ordem é reforçada por um ofício, afixado na entrada do rancho do quartel, que destaca que apenas policiais que atuam na guarda de presos podem comer no local. Segundo a Associação dos Praças do Paraná (Apra), o corte das refeições atinge todos os batalhões da instituição no estado.
“Os policiais cumprem escalas superiores a 12 horas, mas, ainda assim, não há comida para eles no rancho. Vão às ruas de estômago vazio. E policial sente fome”, resumiu o presidente da Apra, Orelio Fontana Neto.
Quatro policiais militares – três lotados no Quartel do Comando e um, no 13.º Batalhão – ouvidos pela Gazeta do Povo relatam que os próprios agentes têm se unido para driblar o corte da alimentação. Os praças chegam a fazer “vaquinhas” para comprar pão e manteiga, para suportar os expedientes estendidos. “Ou é trazer marmita de casa, ou é tirar dinheiro do bolso para comer”, lamentou um policial.
Em setembro de 2013, a Apra ingressou com uma ação civil pública, na 2.ª Vara de Fazenda Pública de Curitiba, com o objetivo de forçar o estado a voltar a fornecer alimentação aos PMs. O processo ainda tramita na Justiça. A Associação de Defesa dos Direitos dos Militares (Amai) aponta que, por receberem remuneração por subsídio, os policiais militares não podem ganhar benefícios extras, como vale-alimentação. Esse entrave, na avaliação da entidade, agrava o problema. “Não pode para policial, mas pode para juiz”, disse o advogado da Amai, Marinson Albuquerque.
Sem receber há meses, uma padaria suspendeu a entrega de pães à corporação. Em um ofício encaminhado à PM, o empresário justifica que o calote lhe causou “dificuldades de saldar os salários dos funcionários, o 13.º e capitalizar recursos para compra de matéria-prima”. O texto foi afixado pela polícia na porta do rancho do quartel. A instituição afirmou que só se pronunciaria hoje sobre o assunto.
Confira o ofício:

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