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Brasil será o primeiro país a utilizar a tecnologia 4G para levar banda
larga à zona rural. Segundo o ministro das Comunicações, Paulo
Bernardo, isso será possível graças a uma nova solução de rede de acesso
sem fio de quarta geração que está sendo desenvolvida por pesquisadores
brasileiros. "Há várias empresas engajadas nesse projeto, que pode
virar uma tecnologia a ser usada mundialmente", avalia Bernardo.
O ministro afirma que o objetivo do governo, que já investiu cerca
de R$ 40 milhões do Fundo para o Desenvolvimento Tecnológico das
Telecomunicações (Funttel) no projeto, é garantir serviços de qualidade à
população que mora longe dos grandes centros urbanos, em regiões onde
atualmente a oferta de internet é precária. "Nós vamos ter velocidades
compatíveis com o 4G implantado na área urbana", reforça.
A pesquisa está sendo coordenada pelo Centro de Pesquisa e
Desenvolvimento em Telecomunicações (CPqD) e conta com recursos do Fundo
para o Desenvolvimento Tecnológico das Telecomunicações (Funttel).
Inovação
Uma das vantagens do novo sistema é a possibilidade de realizar
chamadas de voz utilizando o 4G, uma vez que, atualmente, a tecnologia
de quarta geração permite apenas a transmissão de dados. Para o diretor
do departamento de Indústria, Ciência e Tecnologia do MiniCom, José
Gontijo, isto vai beneficiar principalmente as localidades que ainda não
contam com outros tipos de rede.
Padronização
O Brasil está liderando não apenas o desenvolvimento, mas também a
padronização desta nova rede, que opera na faixa de 450 MHz e é baseada
na tecnologia LTE (Long Term Evolution) - um padrão de comunicação que
combina várias técnicas para garantir um uso mais eficiente do espectro,
possibilitando conexões com mais qualidade.
O diretor do departamento de Indústria, Ciência e Tecnologia tem
participado das discussões no 3GPP (3rd Generation Partnership Project),
um fórum internacional voltado à uniformização de tecnologias na área
de telecomunicações. Segundo ele, a expectativa é que a padronização
seja concluída nos próximos meses.
Esta uniformização deve embasar o modelo industrial dos
equipamentos que compõem toda a rede de acesso, tais como antenas,
dispositivos de radiofrequência, estação-base compacta, terminais LTE
com interface para redes Wi-Fi e sistema de gerenciamento de rede.
"Isso vai garantir a interoperabilidade e a eficiência do sistema,
dando segurança às empresas que forem produzir os equipamentos e às
operadoras que quiserem utilizar os sistemas de LTE/450MHz", explica
Gontijo.
A próxima reunião do 3GPP será realizada em Chicago, nos Estados Unidos, entre os dias 15 e 19 de abril.
Metas
De acordo com o edital de venda da faixa de 450 MHz, as operadoras
devem atender a área rural de 30% dos municípios das suas áreas de
outorga até junho do próximo ano. Depois disso, 60% dos municípios devem
ser atendidos até o final de 2014 e 100% até o final de 2015.
Fonte: Portal PT
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