terça-feira, 21 de maio de 2013

Deputados de oposição alertam que conta única pode retirar autonomia das universidades

Foto: Sandro Nascimento - ALEP
Os deputados estaduais da bancada de oposição Péricles de Mello (PT) e Elton Welter (PT) alertaram na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e em Plenária na Assembleia Legislativa do Estado do Paraná (Alep) que a criação do Sistema de Recursos Financeiros do Estado do Paraná (Sigerfi) no Paraná, poderia tirar a autonomia financeira das universidades estaduais, já que todos os recursos estariam numa mesma conta.

“Os recursos das universidades ficarão em uma conta única sob o controle do governo, tirando a autonomia das instituições. Os reitores ficarão submetidos ao governador, quando necessitarem de verbas”, alertou o deputado Péricles de Mello.

“Não dá para misturar o dinheiro da universidade com um fundo único”, ressaltou em plenária o deputado Welter. O líder da oposição, deputado Tadeu Veneri (PT), ponderou que o Projeto como foi proposto “entra em conflito com a autonomia das universidades”.

A bancada do PT apresentou uma emenda, determinando que a adesão das universidades estaduais ao Sigerfi não seria automática e que poderia ser feita apenas mediante ajuste com o Poder Executivo, mas a proposta foi rejeitada pela maioria do plenário.

Péricles também salientou que outros estados que também aprovaram esse tipo de projeto cometeram um equívoco e que agora estão sendo questionados na justiça. O deputado Welter afirmou que o alerta é uma “visão de futuro”, pois não querem que aconteça com o Paraná o mesmo desequilíbrio como aconteceu no Rio Grande do Sul.

De acordo com a proposta encaminhada pelo Executivo paranaense, ficariam de fora da conta bancária unificada apenas os recursos da Copel, Sanepar, Paranaprevidência e a Appa. A conta seria administrada pela Secretaria da Fazenda. Para o líder da oposição na Assembleia, o estado está propondo uma “mágica contábil” para resolver os problemas de caixa. O líder da oposição afirmou que o governo está procurando uma forma para “se livrar” das dívidas que ele mesmo contraiu.

A oposição afirmou que, caso as emendas propostas não sejam aprovadas pela Casa, vai entrar na Justiça com um pedido de inconstitucionalidade da lei.
Texto: Iris Alessi - ANP

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