Foto: Valnísia Mangueira - APP-Sindicato
Para quem duvidava que a
luta traria resultados, a votação, na tarde desta terça-feira (21), do
Projeto de Lei nº 182/2013, que estabelecia o pagamento da data-base (6,49%) em
duas parcelas, sofreu um revés histórico. A maioria dos deputados estaduais, ao
ouvir a argumentação dos servidores e ver a manifestação dos mesmos na
Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), assinou a emenda proposta pelo Fórum
das Entidades Sindicais (FES), e apresentada pela bancada do PT, estipulando
que o pagamento do reajuste anual deve ser feito em uma única parcela. Clique aqui
para ler todas as emendas apresentadas pelo Fórum.
Com a mudança no cenário, o
líder do governo, o deputado estadual Ademar Traiano, tentou tirar o projeto da
pauta, mas não conseguiu. Com a galeria lotada de servidores, que gritavam
palavras de ordem exigindo o pagamento da data-base de uma única vez e em maio,
os líderes das bancadas se reuniram e se comprometeram, após retirar o PL da
pauta, em votar a proposta na próxima terça-feira, dia 28. Neste ínterim, os
deputados vão negociar diretamente com o governador - que retorna de viagem na
sexta-feira (24) - para que o pagamento seja feito em uma única parcela, em uma
folha complementar no início de junho.
Embate
-
A batalha travada pelos sindicatos que compõem o FES contra o parcelamento da
data-base iniciou no final de abril, quando o governo anunciou a decisão, sob
justificativa que a medida advinha de problemas financeiros do Estado. Várias
mobilizações foram promovidas. No dia 7
de maio, os(as) servidores(as) participaram de um ato no Centro Cívico e de uma
reunião com a secretária de Administração de Previdência, Dinorah Nogara.
Nas semanas seguintes,
foram feitas visitas aos deputados na Assembleia e contatos com a imprensa.
Nesta segunda-feira (20), dezenas de servidores(as) passaram a noite em frente
ao Palácio Iguaçu, em uma vigília contra o parcelamento. Na manhã desta
terça-feira, o FES foi recebido pelo governador em exercício Flávio Arns
e, em seguida, o grupo visitou todos os deputados estaduais para apresentar as
emendas ao PL 182.
Durante a sessão, na defesa
que fez sobre o parcelamento, o líder do governo na Alep, o deputado Ademar
Traiano, chegou a alegar que o problema do fluxo de caixa seria uma 'herança
maldita' da administração anterior. O deputado estadual Professor Lemos, por
sua vez, enfatizou que os servidores estavam cobertos de razão em não aceitar
tal parcelamento, que contraria a Constituição Estadual e a Lei de
Responsabilidade Fiscal (LRF).
Lemos lembrou que o Dieese
fez um estudo apontado que o houve um crescimento de 13,5% na receita do Estado
no primeiro quadrimestre deste ano. Além disso, ele defendeu que fosse
garantido ao funcionalismo, no mínimo, o poder de compra, isto é, a correção da
inflação - de 6,49% - de uma única vez. Para a presidenta da APP-Sindicato, e
coordenadora do FES, professora Marlei Fernandes de Carvalho, a atuação dos
servidores e da bancada do PT na Alep foram fundamentais.
"O apoio que recebemos dos
deputados do PT, em especial do Professor Lemos, que também participou da nossa
vigília, foi exemplar. Além disso, a força do funcionalismo público estadual
pode ser vista de maneira inequívoca. Agora, cabe a nós mantermos a nossa
organização e luta em defesa da data-base. Por isso vamos lotar a Assembleia
Legislativa mais uma vez na próxima semana.", convoca Marlei. Acompanhem no
nosso portal da APP as informações sobre a nova votação.
Piso
-
O governo ainda não encaminhou à Assembleia Legislativa, conforme havia
anunciado à direção da APP, o projeto de lei que trata do pagamento do
percentual 0,6% ao magistério. O
índice é a diferença entre a data-base (6,49%) e o Piso Salarial Profissional
Nacional (PSPN) no Paraná (7,115%). A proposta apresentada pelo governo foi de
o pagamento ocorrer da seguinte forma: 3,8% para os(as)
professores(as) em maio e 3,19% na folha de julho. A primeira parcela
corresponde a 3,2% referente a data-base, mais 06%, que é a diferença para
alcançar o índice do Piso no Estado. Lembrando: a somatória dos dois índices
(como é reajuste sobre reajuste) equivale aos 7,115%.
Fonte: APP Sindicato
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